Não conseguirei ficar muito mais tempo sem dizer isso. Então, vamos lá:
20.10.10
9.
13.10.10
8.
No meio do bloco...
"
E que dentre todas aquelas faces,
Seu rosto procurei.
Não uma, mas centenas de vezes mais.
Se era esperança minha
ou tolice, como queira,
- não sei.
Ao vento me descabelei
e molhei-me a chuva
Sem que uma única palavra tua
que pudesse justificar.
Não te culpo;
não por aquilo que não podes controlar.
Lhe culpo pelas traças, pelos copos
sujos vazios e
tudo cheirando a vinho.
Lhe direciono a pouca cautela,
a distração, falta de tato
e uma certa rispidez.
Se não falamos sobre isso
foi porque eu não quis
e você não se opôs -
neste silêncio em que insistem
berrar palavras de insulto,
você sempre se fez entender
enquanto eu fiz questão
de tentar esquecer.
O quão em vão, é desnecessário dizer.
Ainda lembro de minhas tremedeiras
teu tão teu jeito
seu suor criando piscinas em minhas unhas
o frenesi que nos achávamos
emitindo sons, que vibravam.
"
26.9.10
7.
Tecnicamente, imagino eu, ela nem é minha vizinha, já que nossas portas não estão lado a lado; ora, nem dividimos a parede! Estou no terceiro andar e ela lá no sexto. Não estamos nem mesmo na mesma coluna do prédio, nossos carros ficam separados por um andar, mas isso não a impede de se achar parte da família.
Bate à minha porta a qualquer hora do dia ou da noite. Já fez da minha casa seu supermercado particular -- você pode me emprestar um tomate e uma cebola? quero fazer um cachorro quente e eu pergunto: quem EMPRESTA tomates e cebolas? E não se engane, ela entope as visitas (me questiono se imaginárias) com pudim e sempre (SEMPRE) vem nos pedir a forma emprestada.
Não limitada a pedir comida, já chegaram aqui solicitações estranhas como desfazer o nó do biquini -- recusado com minha característica gentileza e repassado para outro com minha notável cara de pau. Não bastante, o ponto alto foi o pedido para tomar banho, visto que o chuveiro dela havia queimado e ela não queria tomar banho gelado... OK, man, aaall right.
Um dia, numa dessas ressacas guerra, com o cabelo desgrenhado, parecendo um mufuá, calça jeans e blusa de pijama, olhos quase fechados e nenhuma vontade de sair do sofá, ela chega querendo vender lingerie. C'mon! Volte mais tarde, que estamos todas muito ocupadas. Coitada, ela quer um ofício! Até se ofereceu para tomar o emprego alheio na maior, mas logo desistiu, pois horário bom é aquele que não acorde muito cedo, não termine nem perto do anoitecer e não atrapalhe o curso dela a tarde.
Mas de uma coisa me considero livre: graças a Deus o apartamento dela é próprio -- conforme me informou o porteiro. Se não fosse por isso, não dormiria em paz prevendo o dia em que ela pediria para passar uns tempos aqui -- e eu já acho uó ela pedir o celular emprestado, além de todo o resto.
Francamente! E depois dizem que sou mal humorada...
17.9.10
6.
Não amo, não vivo
Perambulo --
no meu silêncio, articulo
essa relação de arquivo.
Não desprezo,
tampouco preservo,
prefiro esquecer
-- deixar engavetado,
que uma hora vira passado.
Uma hora a gaveta cospe papel
o pensamento é realmente,
totalmente, infiel;
e tudo vira Torre de Babel.
Mas (e mais) vale a aventura
ainda que cruel, incerta
e expressa por quem não te interessa
a aguardar, na esquina,
por essa vida, que termina.
12.9.10
5.
Isso é bom e vou te explicar o motivo: você pode pegar bem aqui, você vai se queimar e não vai nem sentir. Sério, o que pode ser melhor do que se queimar e nem sentir?