9.9.11

24.

No táxi que me trouxe até aqui, Fionna Apple me dava razão...

Uma vez vieram reclamar comigo sobre a condição de ser humano. Não sobre as diferenças, a pobreza, o preconceito; mas sobre o simples fato de ter que viver, ter que comer e beber para sobreviver e a escravidão em torno de algo que nem é desejado. À época pensei que fosse loucura, ainda mais vindo de quem vinha, mas à época eu era diferente. Via a vida de modo diferente e até a vivia de forma diferente. Todos éramos diferentes, com uma ou outra exceção onde não percebi mudança.

Hoje percebo o que quis dizer. A condição de vida é algo tão escravista que chega a dar pena. Às vezes olho ao meu redor e tenho até vontade de saber de uma ou outra história de alguém que está sentado ao longe conversando com um grupo de amigos. Juro que tenho, tenho esse perchant por histórias. Ao mesmo tempo que me cansa o fato, não físico, de ter que sair de onde estou e ir lá. Temo que será a mesma coisa e a mesma coisa termina na mesma escravidão. Somos escravos de sentimentos, de comida, de bebida, somos escravos do dinheiro e do trabalho, somos escravos daquilo que os outros querem que sejamos, somos escravos até de nós mesmos - talvez, principalmente, de nós mesmos.

Não culpo o bêbado por sua condição.

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